–Preludio-
Cap. 1
Se você não fugiu das aulas de geografia e historia sabe que nosso pais
Vera Cruz e um pequeno pais da América Latina colonizado por
Portugueses, temos um Imperador Dom João IV, e um parlamento eleito
democráticamente, que o atual ministro é o impiedoso Josué Drummond que
está no poder há mais de dez anos manipulando o congresso, temos a
cidade de São Vicente, Todos os Santos, Estado da Guanabara onde está o
distrito federal e a sede do governo, Hiléia Equatórial tambem conhecido
como inferno verde, parte da floresta amazônica, cidade de Rio Frio, e a
nossa maravilhosa Sampa City.
No começo do século passado de colocar o nome com estrangerismos
ingleses, tambem teve suas frontreiras abertas para qualquer
estrangeiros: espanhois, chineses, japoneses, alemães, e eslavos e
qualquer outra naçao, fugitivos da alemanha nazista chegaram a Vera
Cruz, mais precisamente para Hiléia Equatorial mas estou me adiantando
na historia e no princípios dos meus problemas...
Meu nome é D. tenho vinte e oito anos, sou solteira, formanda em desenho
industrial, porem nunca trabalhei na área, moro em São Vicente há três
anos, em um "apertamento" em Fredow Square, trabalho em um IML no centro
da cidade, o ambiente do meu trabalho é muito carregado de energia
negativa, sempre me sinto muito cansada mesmo que não tenha feito nada o
dia todo, aquele maldito lugar suga as minhas energias.
Consegui o emprego graças a amizade com o filho do prefeito, ok,
confesso que tivemos um namorico curto que não deu certo. Entrei no
cargo desde que mudou a diretoria por conta de um escandalo no IML, que
contarei no decorrer da minha historia. Em todo caso, eu consegui meu
emprego no RH como secretária, o salário não é ruim, mas confesso que
odeio cada segundo em que estou no meu trabalho, e rezo para chegar logo
em casa para a bagunça do meu apartamento. Faço bicos como ilustradoras
nas horas vagas e confesso que não tenho perfil para dona de casa, ou
seja eu odeio passar, varrer, lavar, arrumar a casa, e tive vários
problemas com empregas e diaristas preferindo a mais ordenada bagunça do
que as aporinhacoes de ter alguém estranho em casa.
Por que odeio o meu trabalho? Bem... tem uma arvore proxima que sinto
ter algum tipo de energia ruim, talvez magia, possivelmente magia negra,
(se é que você acredita nisso) todas as sextas uma mulher no final do
expediente oferece algum tipo de mandinga a velha arvore, conversa com
ela e a trata como uma pessoa, aliais são comuns tipos estranhos assim
em meu trabalho, com o passar do tempo todos os trabalhadores do
necrotério tendem a ficar malucos, dificilmente é encontrado um
evangélico, aliais quando se sabe que um funcionário é evangélico
geralmente ele é transferido para outro setor, o que de certa forma não é
de ruim, alguns são demitidos infelismente, em geral as pessoas que
trabalham lá são espíritas, ateus, ou pseudo esotericos metidos a maçon,
mesmo eu que não tenho uma religião definida confesso que tem algo
errado naquele lugar, alem do eterno odor de cloroformio, e carne em
decomposição, mesmo eu que trabalho longe do necroterio sentia o odor
nauseabundo que me empregnava minhas narinas, roupas e todas as minhas
coisas, não importava quantos banhos eu tomasse, e olha que eu tomava
bastante, ainda sentia aquele odor putrido em meu corpo, mas com o tempo
diziam a mim, que a gente se acostuma, e pra falar a verdade é
exatamente isso que me angustiva, se acostumar a trabalhar num lugar
cheio de malucos, que cheira a morte e constantemente rodeado de
fantasmas, não contei que vejo fantasmas? você não acredita em
fantasmas? Eu tambem não acreditava na época, até que começou com coisas
que poderia considerar coincidencias ou imaginação, como luzes ou
aparelhos que desligavam do nada, o prédio é velho pensava, problemas na
fiação... Portas ou janelas que abriam ou fechavam sozinhas, mesmo
quando você tinha certeza absoluta que eu tivesse certeza que tinha
trancado a maldita porta ou janela, o pior era o frio opressivo ou
calafrios mesmo quando o ar condicionado estava desligado e estava o
maior calorão de verão lá fora, mas o que eu mais odiava era o som de
passos no corredor deserto, é o olhar para traz, ver um corredor vazio e
ainda ouvir o barulho de passos ficando cada vez mais próximos,
enquanto você finge que nada acontece e começa a instintivamente a andar
(mas deveria correr), mais rápido, e no longo caminho que vai da sua
sala, em nesses poucos minutos que parecem horas começa um dialogo em
seu cérebro que lentamente pode levara a insanidade: Tem algo me
seguindo (eu não estou vendo nada deve ser tudo fruto da minha
imaginação), são os malditos fantasmas tentando me assustar (fantasmas
não existem), até que finalmente eu chego a minha sala, o meu refugio, o
calafrio acaba e você tenta se enganar não aconteceu nada, ou o que é
pior ter que voltar, para trabalhar de novo no mesmo lugar TODOS os
dias... Sim, o pior de tudo era ter de se acostumar com o medo, fingir
que ele não existe, trancar o insólito no seu cotidiano cada vez mais no
fundo de sua mente para tentar sobreviver com sua sanidade...
Mas isso foi só o começo, o pior foi quando começaram os pesadelos...
Continua...
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