terça-feira, 27 de abril de 2010

falando para trás

falando para tráspor que o tempo não vai para tráspor que caminharei até enxergar uma respostagrafite escrita às avessas no muro invisívelpor que estou indo para a frente...observe meu fimo medo é do desconhecidomatamos o que não entendemosagora:fale para trásanime um sonhoagora:fale para tráso encanto disfarça o medoa necessidade de avançar, veemente(observe meu fim, observe meu início)preciso mais do que a ilusãoesta é feita com espelhose gestos e palavras...quando o louco aparece e todos riemquando estou falando muitoe fazendo muitos gestos,quando estou falando para trásentão eu soube que estava penetrando o labirintoe uma vez tendo deixado para trás a ilusãoe os outrosTODOS, o "lobo", o "dragão", o "eu sou",passados todos eles,quando viram meu fim,eu descobri. vazio,o lugar oco no centro do labirintonenhum retorno, nenhum caminho de voltanem mesmo falando para trásnem mesmo andando para trásachei que tinha encontrado meu caminhoaté o centro do labirinto invísívele eu tinha ~ talvez ~descobertonão mais do que a entradaobserve meu fimrefugiei-me na segurança,no mundo da ilusão,nas palavras, nos gestos.todos os olhos em mim e ninguem vendo,por que eu não falo de trás para frente,por que eu não digo:(etion es- manrot satelobrob)e a noite não se torna borboletas.nada mostro da verdade aos outroscomo faço com espelhose palavras e gestosa delusão da ilusão e as mãosenganam as vistasde todos menos as minhasminha vida é como luz estroboscópicae olhando para trás só posso veras belas luzes que não fazem sentidomas memso assim embelezame me ajudam a enganar a todosencantos de luz e gestospalavras e distraçõeseles observam meu fimcurvo-me para a frente pela última vez,com o orgulho que convém a umenganadordescendo em chamassubindo em fumaçanão posso dá para caminhar para tráse estou perdido no labirinto invisívelnão posso voltar sobre meus passos.escrevi meu nome no murodo labirinto invisívelfui diligente em meus estudosentreguei todo meu tempo e coração às palavrasescrevi meu nome, mas não consigomais encontrá-loas cinzas do meu final espalham-se como poeirano labirinto invisível.

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